Natural de Brasília, o ator Rainer Cadete ganhou o Brasil nos últimos anos ao se destacar na televisão em produções como Amor à vida, em que interpretava Rafael Nero; Verdades secretas, minissérie em que roubou a cena como Visky; e Êta mundo bom!, como o Celso Sampaio Carneiro. Mas o envolvimento de Cadete com as artes cênicas teve início na capital, ainda na infância, nos palcos de locais de efervescência cultural da cidade, como o Teatro Mapati e o Espaço Cultural Renato Russo. A primeira vivência cênica de Rainer Cadete foi aos 9 anos durante uma colônia de férias no Teatro Mapati, na Asa Norte, em que participou da montagem de João e Maria. "Foi uma semente plantada que desabrochou no Espaço Cultural Renato Russo, onde realmente me formei como ator por meio da professora Adriana Lodi", conta. Essa iniciação artística em Brasília é levada até hoje em seus trabalhos na tevê, no teatro e no cinema. E também serviram de inspiração para o novo projeto do ator, a Casa das Artes de Brasília, lançada neste mês no Lago Sul em parceria com Agência Eterna, produtora local. "Eu fico feliz de poder trazer essa experiência que tive ao longo da minha carreira para a minha cidade. Acredito que Brasília está carente de cultura e fico feliz de trazer para minha cidade o que aprendi", conta o ator brasiliense ao Correio. O espaço servirá como uma escola de interpretação com cursos direcionados para televisão e cinema, com base em métodos aprendidos por Rainer Cadete e com docência do professor Abaetê Queiroz. A CAB é equipada com sala de aula, espaço de lazer, sala de cinema e estúdio. "A supervisão e o conteúdo programático são meus e também vou oferecer algumas aulas. Já trabalhei com muitos métodos e coachs diferentes. Eu fiz aula na Espanha e em Nova York, na Escola de Artes de Laranjeiras (RJ) e várias outras oficinas. O que percebo é que cada trabalho exige uma técnica diferente, mas o que busco é a presença e a não interpretação apenas. É você vivenciar uma cena e não interpretá-la. Essa é a forma contemporânea de atuar e é em cima dela que vamos trabalhar no nosso curso em Brasília", explica. Além das aulas, a CAB promete dar aos estudantes auxílio como agenciamento e direcionamento de carreira. Para isso, contará com a parceria de uma agência especializada a Ü Models, além da Agência Eterna, mais voltada para serviços de locação e produção. SERVIÇO Casa das Artes de Brasília (CAB) Lago Sul (QI 23, Cj. 18, Casa 23; 3264-8869). Informações e inscrições para os cursos podem ser feitos pela Ü Models Brasil pelos telefones 3042-1285 e 98283-7098. Após duas sequências na televisão de sucesso, Verdades secretas e Êta mundo bom!, o brasiliense Rainer Cadete deu um tempo da televisão para alçar voos em outros meios. Neste ano, o ator poderá ser visto no filme Polícia Federal – A lei é para todos, que estreia em 7 de setembro e aborda a Operação Lava-Jato, e também nos palcos na peça Tudo que há flora, de Daniel Herz, a partir de 26 de agosto, no Rio de Janeiro. Ao Correio, Rainer falou sobre os atuais projetos e lembrou momentos da iniciação como ator na capital federal. Você começou sua carreira de ator em Brasília. Como foi esse início da carreira na cidade? A minha primeira vivência artística foi aos 9 anos na colônia de férias no teatro Mapati, onde tive a oportunidade de montar João e Maria. Foi uma semente plantada e só desabrochou no Espaço Cultural Renato Russo, onde realmente me formei como ator por meio da professora Adriana Lodi. Até hoje, eu uso o que aprendi ali. O primeiro texto que estudamos foi Revolução da América do Sul. Frequentei o Centro Cultural, fiz uma imersão teatral, ficava um ano estudando sobre uma peça e depois apresentava no fim do ano. Foi uma iniciação muito importante nas artes. Você teve uma relação com o Espaço Cultural Renato Russo. Foi daí que surgiu sua inspiração para criar a Casa das Artes de Brasília? O dia a dia era muito bom, eu fiz aula de canto e dança lá também. Infelizmente, está fechado e é uma pena porque é um espaço muito importante. Talvez se não existisse esse lugar eu não teria virado ator. Entristece-me muito vê-lo fechado. O ator precisa ser desafiado a cada personagem. Até conhecer essa pessoa a qual eu vou dar vida é um caminho gigantesco, mas é um caminho que me deixa entusiasmado, me move. Eu fico muito feliz de poder trazer essa experiência que eu tive ao longo da minha carreira para a minha cidade. Acredito que Brasília está carente de cultura e fico feliz de trazer para minha cidade o que aprendi. Sua última novela foi Êta mundo bom!, você tem projetos de retornar à televisão? Eu amo muito o que eu faço, seja teatro, novela ou cinema. Tudo é muito importante quando a gente se apaixona pelo projeto e entra de cabeça. Pretendo fazer novela, sim, claro, mas agora estou mais focado no teatro e no cinema. Tenho dois filmes pra estrear. Um será em 7 de setembro, o filme Polícia Federal — A lei é para todos, e o outro é Cine Holiúdy 2, que é para o início do ano que vem. Dia 26 de agosto, eu estreio no Teatro de Ipanema a peça Tudo que há flora, do Daniel Herz, que é um diretor com quem sempre tive vontade de trabalhar e é muito conceituado no mercado. Também estou preparando um monólogo para o ano que vem, com texto do Gabriel Chalita e direção da premiada Duda Maia. Estou com muitos projetos novos. O que você pode contar sobre o seu personagem em Polícia Federal — A lei é para todos? Eu interpreto o Ítalo, personagem inspirado no procurador Deltan Dallagnol e em outros procuradores da Operação Lava-Jato. Seu próximo filme aborda a Operação Lava-Jato. Como ator e pessoa pública, na sua opinião, qual é a importância de falar sobre a política do nosso país? Claramente vivemos no país da impunidade, mas eu acredito que estamos dando passos em direção a um país mais justo. É interessante observar que a arte está se colocando à disposição, também, desse tipo de movimentação política e histórica. A MPB teve um papel fundamental durante a ditadura, o rock nacional — por meio de várias bandas — levantou debates no período pós-ditadura e início da democracia. E agora eu acho muito interessante colocar a sétima arte à disposição desse momento histórico do país. Você tem passagem pelo cinema, pela televisão e pelo teatro. Quais desses formatos mais te atraem como ator? Para mim, o importante é contar histórias interessantes. Eu gosto de me sentir desafiado e de sair da minha zona de conforto. Quando não me reconhecem em um papel sinto que atingi meu objetivo, que é me desconstruir e me reconstruir para o personagem. Saiba mais AQUI
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Inovadora e transformadora ao longo do tempo, a arte circense cria diferentes significados para a contemporaneidade. Seja na lona, nas ruas e praças, nos teatros ou jardins, os artistas de circo mostram o quanto a linguagem é aberta e também capaz de dialogar com os novos tempos. A transição entre expressões artísticas é constante. Pelo corpo do artista, a serviço do público, é possível enxergar a mistura entre a arte dos picadeiros, a dança, o teatro e as artes visuais. Diferentes linguagens se misturam em um rico mosaico, mostrando que a tradição de uma linguagem pode se manter sempre atual. Saiba mais Circo Teatro Artetude celebra 15 anos de trabalho pelo país Circo Teatro Artetude celebra 15 anos de trabalho pelo país Grupo leva circo e teatro para o Parque da Cidade Grupo leva circo e teatro para o Parque da Cidade Feira cultural da Ceilândia chega à 3ª edição na Praça do Trabalhador Feira cultural da Ceilândia chega à 3ª edição na Praça do Trabalhador Um dos grupos mais fortes do Distrito Federal é o coletivo Instrumento de ver, que existe criativamente na cidade desde 2002. A companhia comemora mais de 15 anos de atividades em produção, idealização de projetos, apresentação de espetáculos circenses, atividades formativas para artistas e oficinas. Há também uma forte vertente em pesquisa artística e teórica, que colabora para a difusão e o conhecimento da arte circense em território nacional. Grupo Nutra/Divulgação João Porto destaca que o grupo Nutra trabalha com diferentes linguagens artísticas em suas criações Julia Henning é uma das integrantes da equipe, especialista em acrobacias aéreas. Ela conta que a companhia transitou por diversas vertentes do circo, se apresentando em espaços que passam pelas tradicionais lonas e chegam aos parques de Brasília. O grupo já teve uma lona em 2005, como parte do projeto cultural Movimento rua do circo. Atualmente, os trabalhos acontecem no espaço Pé Direito, um importante ponto de encontro para artistas que se dedicam a essa linguagem. Em 2018, o grupo vai inaugurar sede própria na Vila Planalto. “A gente se propõe a apresentar em lugares diferentes. Cervejarias, ruas, parques. No Brasil, infelizmente, há uma política um pouco complicada para a circulação e montagem de lonas, então não temos tanto essa tradição. Mas o circo é muito versátil, sua diversidade é imensa, então, transitamos entre essas variações”, destaca a artista. Julia, que atualmente cursa uma especialização circense na França, lembra da forte relação de pertencimento e identidade entre artistas de circo de todo o mundo. “Estar dentro ou fora da lona são apenas possibilidades, o circo é muito plural, é o lugar da diversidade”, destaca. Mudanças Sartory/Divulgação A Trupe de Argonautas investe na inovação e na multiplicidade de aparelhos circenses em cena A partir dessas possibilidades, o circo se mistura com a contemporaneidade e cria novas formas de estar na cidade e se relacionar com o público. Capaz de absorver as mudanças do mundo, a linguagem está sempre se transformando. “Acho que a gente tem essa sensação de que as coisas estão acabando, isso sempre é dito, mas, na verdade, elas estão se renovando”, lembra Julia. Em outro ponto da capital, o grupo brasiliense Nutra, com residência no Galpão do Riso, em Samambaia, foi fundado em 2006 e também mostra essa versatilidade e capacidade de se adaptar aos novos tempos. Nos espetáculos, entram em cena a mistura de técnicas circenses, preparação do ator, música instrumental, canto e a figura do palhaço. Um dos integrantes da companhia, João Porto lembra que a arte circense está sempre viva e segue encontrando sutilezas ao se inovar na criação dos novos artistas, que misturam tradição e invenção contemporânea. “O primeiro espetáculo a que assisti foi de circo. Ele faz parte do imaginário cultural de nosso país e de grande parte do mundo”, destaca o ator e palhaço. O Nutra se apresenta em lugares abertos e fechados, lembrando que a linguagem circense atual alcançou uma dimensão que se expande para diferentes lugares da cidade e se funde ao meio urbano. Enquanto isso, em seu espaço fixo, o grupo preserva uma bela lona circense. “Um fato curioso é que, ao montarmos a lona, ela ajudou muito na divulgação tanto do espaço quanto das atividades que acontecem para a comunidade”, conta João Porto. Todos ficaram curiosos com a imagem encantadora e queriam saber mais sobre as produções do local. O artista destaca que o circo ganhou novas dimensões sutis, passando por transformações estéticas e se vê presente em espetáculos de teatro e de dança. “Ele muda para resistir”. Sartory/Divulgação A Trupe de Argonautas investe na inovação e na multiplicidade de aparelhos circenses em cena Novos tempos Enquanto isso, a Trupe de Argonautas, que também ocupa o espaço Pé Direito, gerido por Pedro Martins, um dos integrantes do grupo, investe na inovação dos espetáculos. A companhia é formada por artistas que trazem a dança e o teatro em seu repertório, criando um amplo leque de linguagens na produção criativa. Pedro lembra que, atualmente, a arte circense investe em pesquisa relacionada à tecnologia, trabalhando com projeções mapeadas, dança vertical e outras possibilidades. “O circo se renova e começa a ocupar espaços não convencionais. Ele tem ainda muita força e se expande tanto no lado artístico quanto lúdico e até mesmo para a preparação física e corporal”, destaca Pedro Martins. Os integrantes da trupe investem na montagem de espetáculos diferenciados e misturam elementos como lira, trapézio, muitos trabalhos aéreos, tecidos, acrobacias e mastro chinês. Além disso, as oficinas de maquiagem cênica e iluminação ampliam o espaço de diálogo. A trupe não tem tradição no trabalho com a lona de circo, justamente pela utilização constante de múltiplos aparelhos em cena. A diversidade de linguagens, trajetórias, espaços de criação e apresentação entre os grupos da cidade mostra o quanto o circo tem força para se renovar e como se adapta de maneira eficaz às novas relações com a cidade. Assim, tradição e inovação se misturam na criação e transformação de uma arte com força para transitar e resistir ao tempo. Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2018/02/04/interna_diversao_arte,657486/artistas-de-brasilia-mostram-a-resistencia-do-circo-contemporaneo.shtml
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